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Tech & Energy Think Tank

Think tank independente com foco em energia, tecnologia e tendências globais. Análises para apoiar decisões estratégicas com visão de impacto.

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Autor: Eduardo Fagundes

  • Framework de Sustentabilidade

    Esse artigo comenta sobre a necessidade de utilização de um framework para a gestão estratégica de iniciativas de sustentabilidade nas empresas. O tema sustentabilidade está na agenda de todas as empresas que possuem visão estratégica e que tomam ações hoje para assegurar sua continuidade, competitividade, lucratividade e reputação junto a clientes e fornecedores. Empresas líderes no mercado já tomaram ações concretas de adoção de práticas sustentáveis para os seus negócios, de forma voluntária ou para atender a legislação de ambiental. Como parte dessas iniciativas, os fornecedores estão sendo convidados a participar desse movimento. Num primeiro momento de forma de cooperação, porém em um futuro muito próximo será critério mandatório para processos de seleção de fornecedores. Seguindo os mesmos critérios que serão adotados pelos consumidores. Em outras palavras, programas de sustentabilidade não são uma opção, mas um item crítico e fundamental para as empresas.

    Para garantir que as estratégicas sejam executadas alinhadas com os objetivos empresariais é importante adotar um modelo de acompanhamento. Esse modelo (framework) deve simples, de fácil entendimento, que permita identificar pontos de melhoria e problemas para criar ações de contorno. Minha recomendação é a adoção de um framework de sustentabilidade que trate de três áreas estratégicas: Ambiental; Econômico e Governança; e, Social. Essas áreas estratégicas são avaliadas em três dimensões: Inventar; Gerenciar; e, Melhorar. (Veja a figura a seguir)

    O objetivo é definir oportunidades e soluções de longo prazo para os negócios. É fundamental trabalhar com os clientes e fornecedores no desenvolvimento de produtos e serviços inovadores baseados em ecodesign.

    As ações devem promover mudanças culturais e organizacionais para acompanhar as mudanças comportamentais da sociedade.

    Com mercados cada vez mais regulados e dependentes de licenciamentos ambientais para operar é importante integrar as soluções de sustentabilidade em todas às áreas de negócios da empresa. A pesquisa e desenvolvimento devem estar orientadas para a inovação e em produtos sustentavelmente eficazes, dentro do conceito de “desmaterialização”, ou seja, produtos uteis do ponto de vista do serviço que eles produzem.

    O trabalho com os fornecedores deve ser próximo para o desenvolvimento de materiais recicláveis e ecologicamente eficientes.

    As equipes de vendas devem trabalhar com os clientes para identificar e materializar soluções dentro do conceito de eficácia ecológica, procurando reduzir a pegada ecológica e a neutralização de carbono dos clientes.

    Os processos de gestão devem incluir diretrizes e normas, sistemas de gestão, objetivos de melhoria, treinamento e auditoria. Todos esses processos devem estar em linha com o modelo de governança ambiental adotado pela empresa, cobrindo as questões ambientais, sociais e econômicas.

    Um aspecto crítico para a sustentabilidade de longo prazo é a integridade ética da gestão. O código de conduta da empresa deve definir as exigências sobre os colaboradores (empregados, representantes de vendas, terceiros e fornecedores) para trabalharem com integridade e dispor de mecanismos que permitam aos colaboradores relatar qualquer violação de conduta.

    Os sistemas de gerenciamento de saúde, segurança e meio ambiente devem ser baseados em normas internas e internacionais. Aplicadas por técnicos treinados, os processos devem ser avaliados continuamente para identificar oportunidades de melhoria e serem robustos o suficiente para atender as questões de conformidade.

    O sistema de gestão e os processos devem controlar a segurança e o impacto ambiental dos produtos em todo o seu ciclo de vida, desde o desenvolvimento até o processo de descarte.

    Os sistemas de Recursos Humanos (RH) devem estar configurados para atender as necessidades da empresa e de seus funcionários nos locais onde operam, baseados em políticas e princípios de educação para o desenvolvimento e formação profissional, remuneração e benefícios.

    Todas essas questões devem estar contempladas no framework de sustentabilidade distribuídas pelas áreas estratégicas com iniciativas específicas nas dimensões de Inventar, Gerenciar e Melhorar.

  • Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis

    Desenvolver produtos sustentáveis é um objeto de desafio, um fator de competitividade das empresas no cenário globalizado e no desejo dos consumidores por produtos ecologicamente corretos. A essencialidade de um produto sustentável não é ser considerado um bem de consumo, mas ser reconhecido do ponto de vista do serviço que ele produz. Isso propõe o conceito de “desmaterialização”, como base do critério de desenvolvimento sustentável.

    Baseado nesse critério os produtos devem ser desenvolvidos dentro do conceito de ecodesign, associando ecologia e design. Entende-se ecodesign como a aptidão projetual que concebe os aspectos do projeto levando em conta o impacto ambiental. As questões ambientais tratam desde o tratamento da poluição, à interferência nos processos produtivos que geram a poluição e ao redesenho dos produtos.

    As discussões sobre sustentabilidade levam a uma reorientação dos comportamentos sociais, onde os consumidores passam a buscar produtos e serviços baseados no consumo limpo. O alinhamento dos produtos com os desejos dos consumidores leva ao desenvolvimento de produtos baseados em design para sustentabilidade (Design for sustainability, em inglês), que deve promover a capacidade do sistema produtivo de responder as expectativas sociais de bem-estar utilizando uma quantidade de recursos ambientais drasticamente inferiores aos níveis utilizados atualmente. O desenvolvimento dos produtos deve seguir uma metodologia que defina seu ciclo de vida – Life Cycle Design.

    Dentro dessa linha, os produtos devem ser desenvolvidos baseados nos seguintes critérios:

    • Utilização, preferencialmente, de recursos renováveis;
    • Otimização dos recursos não-renováveis;
    • Não geração de resíduos que o ecossistema não consiga neutralizar.

    O controle do impacto ambiental têm três variáveis fundamentais: a população, a procura do bem-estar humano e a ecoeficiência das tecnologias aplicadas. Considerando os crescimentos demográficos previstos e partindo da hipótese que a população dos países em desenvolvimento deve procurar o aumento do seu bem-estar, a questão da ecoeficiência passa a ser fundamental no desenvolvimento de produtos sustentáveis.

    Como se considera sustentáveis somente aqueles sistemas produtivos e de consumo cujo emprego de recursos ambientais por unidade de serviço prestado seja, pelo menos, 90% inferior ao atualmente aplicado nas sociedades industrialmente mais avançadas, o desafio de desenvolver produtos sustentáveis é enorme.

    Para que as atividades humanas possam continuar indefinidamente, sem perda da qualidade ambiental é necessário que a pegada ecológica tenda a zero. Isso significa que cada atividade de extração que leve o empobrecimento ambiental e que as atividades de descarte (reintrodução) que tendem a acumular substâncias com características e concentrações diversas das iniciais devam ser neutralizadas.

    A recomendação é buscar a máxima integração entre os processos biocompatíveis – os biociclos – e os processos de não-interferência (processos fechados em si) – tecnociclos.

    Concluindo, devemos desenvolver produtos eficazes com propostas de equilíbrio entre a dimensão técnica e a dimensão cultural da inovação. Propostas que discutam sobre “o que” poderia ser produzido e consumido? Nessa área prevalece à reflexão sobre o conceito de eficácia. O que é melhor fazer para aumentar o bem-estar enquanto reduzindo o consumo de recursos naturais?

  • Nível da Qualidade Pessoal

    Melhorar a qualidade pessoal melhora a qualidade da empresa, aumenta a rentabilidade e traz satisfação para os clientes. Um programa de melhoria da qualidade pessoal começa na avaliação do nível atual de desempenho para depois definir o nível ideal baseado nas expectativas e desejos das pessoas. A diferença entre o nível atual e o nível desejado determina o esforço da organização no seu programa de qualidade.

    Felizmente ou infelizmente, o nível de qualidade pessoal varia constantemente. Pequenas atitudes ou eventos podem mudar o nível atual de desempenho de forma drástica. O mesmo ocorre com o nível ideal projetado por força de novos concorrentes ou pela mudança de comportamento dos consumidores.

    Neste artigo irei comentar sobre alguns fatores que influenciam o nível atual de desempenho da qualidade pessoal. O fator que mais influencia é a autoestima. A autoestima é definida pelo reconhecimento que você recebe dos outros e por você mesmo.

    O grau de reconhecimento que você recebe e sua expectativa de reconhecimento pelo trabalho realizado tem grande influência no seu nível de qualidade pessoal. A atenção positiva de outras pessoas eleva o seu nível de qualidade. Receber apenas críticas pelo seu trabalho diminui enormemente o seu nível de qualidade.

    O reconhecimento e as recompensas são componentes fundamentais para melhorar a autoestima. Os psicólogos chamam esse conceito de afago.

    Existem diferentes tipos de afagos: os físicos, os psicológicos, os rituais e os espontâneos. Os afagos físicos são qualquer tipo de contato físico. Os afagos psicológicos são elogios sem contato físico. Os rituais são comentários sobre o seu comportamento e os afagos espontâneos estão relacionados com as qualidades pessoais.

    Cada vez que você recebe um afago positivo ou negativo isso é contabilizado no seu cérebro. A final de um período você terá um balanço de afagos. Se o número de afagos positivos for maior que os afagos negativos seu nível de qualidade pessoal é alto, caso contrário é baixo.

    Para avaliar o nível atual de qualidade pessoal é fundamental saber se o trabalho que está sendo realizado atende as expectativas da empresa e dos clientes. Isso só é conseguido se a empresa tiver metas claras a serem alcançadas. Isso nos remete a necessidade de um bom planejamento empresarial, divisão clara de responsabilidades e definição de objetivos individuais. Atingir os objetivos definirá seu sucesso ou fracasso e isso afetará seu nível de desempenho futuro.

    O ambiente de trabalho é importante nos níveis de desempenho da qualidade. Trabalhar em um ambiente de respeito mútuo, com abertura para discutir idéias, com altos padrões éticos, confiança e bom humor contribuí para elevar o nível de qualidade pessoal.

  • Como executar as tarefas de forma mais eficaz

    Executar tarefas de forma eficaz é fator de sucesso para a sua qualidade pessoal. Fazer as tarefas com qualidade superior cria novas oportunidades para promoções, para tarefas mais desafiadoras e mais estimulantes.

    Para começar assegure-se que você entendeu claramente a tarefa que lhe foi designada. Entenda quais os resultados devem ser atingidos e os impactos se a tarefa não for concluída no prazo. Informe-se quais as pessoas estão envolvidas no projeto e quais seus stakeholders. Se for uma tarefa simples repita-a para o seu chefe. Se for uma tarefa complexa escreva-a e peça para o seu chefe aprovar. Verifique as datas de entrega e os recursos que você tem a sua disposição. Não aceite prazos irreais. Cumpra os prazos que você negociou.

    Certifique-se ter compreendido até onde vai a sua responsabilidade e sua autoridade. Negocie com seu chefe quais as tarefas que você pode executar sem precisar consulta-lo. Quais as tarefas que você pode realizar e relatar depois para ele e aquelas tarefas que você só poderá iniciar com a aprovação dele.

    Assegure-se que você terá ajuda do seu chefe em caso de problemas. Peça a ele que lhe encaminhe todas as informações sobre acontecimentos que possam influenciar na execução da sua tarefa.

    Caso suas novas atribuições prejudicam outras tarefas comunique ao seu chefe e redefina as prioridades. Chegue a um consenso com o seu chefe.

    Faça um planejamento para a execução da tarefa e procure imaginar o poderia dar de errado. Se surgirem problemas, verifique se você tem autoridade para resolvê-los, sem não peça ajuda ao seu chefe. Pergunte ao seu chefe quem pode tomar as decisões na ausência dele.

    Evite perder tempo. Se o volume de trabalho for menor que sua capacidade de realização peça mais tarefas para o seu chefe. Planeje o seu ritmo de trabalho e a sequência de execução das tarefas.

    Pergunte ao seu chefe como ele gostaria de se atualizar sobre o andamento das tarefas que você está realizando. Adquira o hábito de comunicar ao seu chefe quando concluir uma tarefa.

    Verifique a qualidade das tarefas que você está executando. Certifique-se que o nível de qualidade é superior. Exija mais de você mesmo.

    Se você cometeu um erro, admita-o. Corrija os erros e aprenda com eles e tente não repeti-los.

    Seja comprometido. Quando assumir uma tarefa, faça sua parte e ajude seus colegas a realizar as deles. Se você não estiver satisfeito com as atitudes de seu chefe ou de seus colegas, fale com eles, não sobre eles.

    Elogie seu chefe e seus colegas. Agradeça por demostrarem confiança no seu trabalho. Agradeça as pessoas que o ajudaram a realizar a tarefa.

    Peça mais responsabilidades ao seu chefe, caso se sinta apto a assumi-las. Mostre através do histórico de suas realizações que você está em condições de assumir tarefas mais complexas e desafiadoras.

    Realize mais.