Introdução: O Cenário Energético Brasileiro em 2025
O setor energético brasileiro em 2025 enfrenta um momento decisivo, marcado por desafios e oportunidades que demandam uma abordagem estratégica e integrada. Este artigo explora como a inteligência artificial (IA) pode orquestrar a transição energética, equilibrando a utilização de recursos existentes, como o gás natural, com inovações sustentáveis, como o hidrogênio verde (H2V), sistemas de armazenamento de energia (BESS) e reatores modulares pequenos (SMR). Com base em cenários regionais e globais, o texto propõe soluções para superar limitações regulatórias e de infraestrutura, promovendo resiliência, sustentabilidade e competitividade, enquanto engaja a comunidade do setor em uma visão colaborativa para o futuro.
O ano de 2025 reflete as cicatrizes da crise hídrica de 2024, que levou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a acionar térmicas, conforme noticiado pelo MegaWhat em julho de 2025, evidenciando a dependência de fontes despacháveis em momentos críticos. Apesar disso, o Brasil mantém uma matriz elétrica com 70% de fontes renováveis, um diferencial competitivo, agravado pelo crescente consumo de energia devido à expansão de datacenters. Essa dualidade entre vulnerabilidade e potencial define o cenário atual, exigindo soluções inovadoras para atender à demanda crescente sem comprometer a estabilidade.
O setor enfrenta a intermitência de fontes renováveis como solar e eólica, agravada pela vulnerabilidade das hidrelétricas em períodos de estiagem, que desafiam a confiabilidade da rede. Além disso, limitações regulatórias, como a ausência de um marco claro para o hidrogênio verde, e de infraestrutura, exemplificadas pela negativa de conexão da Fortescue no Porto do Pecém, Ceará, em abril de 2025, conforme relatado pelo Diário do Nordeste, criam barreiras que retardam investimentos e a integração de novas tecnologias, demandando uma reestruturação urgente.
A crise hídrica de 2024 levou o ONS a acionar térmicas, evidenciando a dependência de fontes despacháveis, enquanto o Brasil mantém 70% de matriz renovável, agravado pelo aumento da demanda por datacenters.
Neste contexto, a IA emerge como uma ferramenta central para orquestrar a transição energética, integrando de forma eficiente os recursos existentes, como o gás natural em regiões como Rio de Janeiro e Sergipe, com inovações como o H2V, BESS e SMR. Sistemas inteligentes podem otimizar operações, prever demandas e coordenar a expansão da infraestrutura, oferecendo uma ponte entre o presente e um futuro descarbonizado, alinhado às metas globais de sustentabilidade. A IA possibilita a análise preditiva de picos de consumo e falhas na rede, o uso de automação para monitorar ativos energéticos com drones e sensores, e a integração futura de dados abertos do ONS, previstos para os próximos anos, para decisões em tempo real. Esses avanços promovem uma gestão mais eficiente, reduzindo emissões, aumentando a confiabilidade do sistema e apoiando iniciativas como a produção de hidrogênio verde, exemplificada pelo projeto no Ceará. Um exemplo prático seria o desenvolvimento de uma plataforma de IA que equilibre a geração térmica e renovável, estabilizando a rede em regiões vulneráveis como o Nordeste.
O objetivo deste artigo é apresentar uma estratégia integrada que combine sustentabilidade, inovação e resiliência, utilizando a IA como catalisadora. A proposta busca engajar a comunidade do setor — incluindo reguladores, concessionárias e investidores — em um plano prático que aproveite os dados abertos do ONS, supere desafios regionais e posicione o Brasil como líder na transição energética, especialmente com eventos como a COP30 se aproximando em 2025.
Equilíbrio entre Recursos Existentes e Inovação
A transição energética no Brasil em 2025 requer um equilíbrio estratégico entre a utilização de recursos disponíveis e o avanço de inovações que garantam um futuro sustentável. Esta seção analisa como o gás natural e tecnologias emergentes podem ser combinados de maneira eficaz, fortalecendo a resiliência e a competitividade do setor, enquanto a comunidade busca soluções práticas para os desafios atuais.
Uso Estratégico do Gás Natural
O gás natural continua sendo um recurso essencial, com significativa abundância em regiões como Rio de Janeiro e Espírito Santo (Bacia de Santos) e Sergipe e Bahia (projeto SEAP), onde a infraestrutura de transporte, incluindo os gasodutos Rota 3 e a malha da TAG, facilita sua distribuição. Essa disponibilidade é crucial para indústrias desafiadoras na descarbonização, como a siderurgia da ArcelorMittal em Volta Redonda, Rio de Janeiro, e a indústria química da Braskem em Camaçari, Bahia, que dependem de processos energointensivos onde alternativas renováveis ainda não são economicamente viáveis, conforme apontado em análises setoriais de 2025.
O gás natural é estratégico em regiões como Rio de Janeiro e Sergipe, suportando indústrias como a ArcelorMittal e a Braskem, enquanto o H2V da Fortescue, com R$ 18 bilhões, enfrenta barreiras de conexão.
Inovações em Desenvolvimento
Ao mesmo tempo, tecnologias emergentes como os sistemas de armazenamento de energia (BESS) e reatores modulares pequenos (SMR) enfrentam barreiras de alto custo inicial, necessitando de subsídios da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para sua adoção, um tema discutido em relatórios da ANEEL de 2024. O hidrogênio verde (H2V) também se destaca, com o projeto da Fortescue no Porto do Pecém, Ceará, que prevê um investimento de R$ 18 bilhões, mas encontra obstáculos, incluindo a negativa de conexão à rede pelo ONS em abril de 2025 e a ausência de um mercado consumidor estabelecido, conforme reportado pelo Diário do Nordeste em junho de 2025.
Estratégia de Transição
A abordagem sugerida posiciona o gás natural como uma solução transitória, complementada por tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCS) para reduzir emissões, enquanto BESS e H2V ganham escala para substituir gradativamente fontes fósseis. Essa estratégia permite ao Brasil preservar sua competitividade econômica no curto prazo, ao mesmo tempo que avança em direção a uma matriz descarbonizada, alinhada às metas globais debatidas para a COP30 em 2025.
Oportunidade de Melhoria de Eficiência
Um caso prático dessa integração é o uso de biometano no Sul, em Rio Grande do Sul, aliado à Gerdau em Charqueadas, onde a IA poderia otimizar a combinação de fontes renováveis e gás, diminuindo emissões e elevando a eficiência operacional, conforme planejado em iniciativas regionais ao longo de 2025.
Desafios Regulatórios e o Open Data
O setor energético brasileiro em 2025 enfrenta barreiras regulatórias significativas que dificultam a transição para uma matriz mais sustentável e inovadora, exigindo soluções que aliem eficiência e colaboração. Esta seção examina as limitações atuais no arcabouço regulatório e destaca o potencial transformador da abertura de dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), propondo estratégias para superar esses obstáculos e engajar a comunidade do setor em um planejamento mais robusto.
Limitações Atuais
O cenário regulatório atual é marcado por desafios estruturais, como a mudança nos critérios do Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) da ANEEL, que prioriza projetos com maior maturidade tecnológica, restringindo o apoio a inovações incipientes como sistemas de armazenamento de energia (BESS) e reatores modulares pequenos (SMR). Paralelamente, o desvio de recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para subsidiar a tarifa social, beneficiando famílias de baixa renda, reduz os fundos disponíveis para investimentos em infraestrutura e novas tecnologias. Além disso, a ausência de regulamentação da Lei do Hidrogênio Verde, aprovada em 2023, cria incertezas que impactam diretamente projetos como o da Fortescue no Porto do Pecém, Ceará, atrasando decisões de investimento de R$ 18 bilhões, conforme reportado pelo Diário do Nordeste em junho de 2025.
A ausência de regulamentação da Lei do Hidrogênio Verde e a mudança no PDI da ANEEL limitam inovações, mas o open data do ONS (2026-2027) pode resolver gargalos como a negativa de conexão no Pecém.
O Papel do Open Data
A previsão de abertura de dados do ONS, esperada entre 2026 e 2027, representa uma oportunidade crucial para modernizar o setor. A disponibilização de dados em tempo real, como geração renovável e consumo por região, e históricos, como padrões de carga e falhas na rede, permitirá análises detalhadas que podem transformar a gestão energética. A inteligência artificial (IA) poderá utilizar esses dados para planejar expansões de transmissão, identificando gargalos como os enfrentados no Nordeste, e simular incentivos fiscais que atraiam investimentos, alinhando-se às metas de descarbonização discutidas para a COP30 em 2025.
Soluções Propostas
Para superar essas limitações, é essencial fomentar uma colaboração ativa entre a ANEEL, o ONS e a indústria, criando um marco regulatório baseado em evidências extraídas dos dados abertos. Essa parceria pode estabelecer diretrizes claras para o hidrogênio verde, definindo tarifas de uso do sistema e benefícios fiscais. Além disso, o uso de IA para simular cenários econômicos e sociais, como a alocação otimizada da CDE, pode equilibrar os subsídios à tarifa social com investimentos em inovação, garantindo justiça social sem comprometer o progresso tecnológico.
Exemplo Prático
Um exemplo concreto do impacto positivo do open data seria a resolução da negativa de conexão da Fortescue no Pecém, rejeitada pelo ONS em abril de 2025 devido a limitações de transmissão. Com dados abertos, a IA poderia mapear a capacidade atual da rede, propor expansões específicas e simular a viabilidade econômica, acelerando a decisão final de investimento (FID) e posicionando o Ceará como um polo de hidrogênio verde, beneficiando a economia regional e nacional.
Estratégias Regionais e Globais
O setor energético brasileiro em 2025 necessita de estratégias regionais adaptadas às particularidades de cada área, complementadas por uma visão global que posicione o país como líder na transição energética. Esta seção detalha abordagens específicas para diferentes regiões, conecta o Brasil a tendências internacionais e propõe colaborações que maximizem os benefícios econômicos e ambientais, engajando a comunidade do setor em um planejamento integrado. A inteligência artificial (IA) desempenha um papel central nesse processo, alavancando dados e tecnologias para otimizar essas iniciativas, acelerar a implementação e assegurar resultados sustentáveis.
Foco Regional
No Sudeste, abrangendo Rio de Janeiro e Espírito Santo, a estratégia prioriza a otimização do gás natural em indústrias siderúrgicas, como a ArcelorMittal em Volta Redonda, aproveitando a infraestrutura da Bacia de Santos e gasodutos como o Rota 3, com planos de transição para hidrogênio verde (H2V) a médio prazo. A IA pode mapear o consumo energético dessas indústrias em tempo real, prever picos de demanda e ajustar o uso de gás com precisão, integrando gradualmente H2V produzido localmente, reduzindo emissões e custos operacionais. No Nordeste, o foco está no desenvolvimento do Porto do Pecém, Ceará, e Sergipe como hubs de H2V, com a integração de sistemas de armazenamento de energia (BESS) para garantir estabilidade, apoiando projetos como o da Fortescue, conforme reportado pelo Diário do Nordeste em junho de 2025.
A IA pode simular cenários de conexão à rede, identificar gargalos de transmissão e otimizar o despacho de BESS, superando a negativa do ONS de abril de 2025. Já no Sul, em Rio Grande do Sul, a integração de biometano com fontes renováveis visa atender a indústria alimentícia, como a de frigoríficos em Pelotas, promovendo uma matriz mais diversificada. Aqui, a IA pode analisar dados climáticos e de produção para maximizar a eficiência do biometano, coordenando sua mistura com energia eólica e solar, adaptando-se às variações sazonais.
Conexão Global
O Brasil tem a oportunidade de alinhar suas estratégias com a Conferência das Partes (COP30) em 2025, adotando tendências internacionais como os investimentos europeus em H2V, que podem servir de modelo. A exportação de hidrogênio verde para mercados como Estados Unidos e União Europeia representa um potencial econômico significativo, posicionando o país como fornecedor estratégico em um cenário de descarbonização global, conforme discutido em relatórios setoriais de 2025.
A IA pode alavancar essa conexão global ao modelar cadeias de suprimento internacionais, prever preços de mercado e otimizar rotas de exportação a partir de hubs como o Pecém, utilizando dados de demanda global para alinhar a produção brasileira às necessidades externas, maximizando o retorno econômico e a competitividade.
Colaboração
O sucesso dessas estratégias depende de parcerias público-privadas que reúnam empresas como a Fortescue, a Petrobras e iniciativas de tecnologia para financiar a expansão de infraestrutura, incluindo redes de transmissão e unidades de produção de H2V. Essa colaboração pode alavancar recursos nacionais e internacionais, acelerando a implementação de projetos sustentáveis.
O Pecém pode se tornar um hub de H2V com BESS, enquanto a IA otimiza gás no Sudeste e biometano no Sul, conectando o Brasil a mercados globais como a Europa.
A IA pode facilitar essa integração ao criar plataformas de colaboração que reúnam dados de múltiplos atores, simulando cenários de investimento e identificando sinergias entre empresas e governo, como a alocação eficiente de recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para infraestrutura e inovação, assegurando um planejamento conjunto e financiado de forma sustentável.
Exemplo
Um plano piloto no Pecém exemplifica essa abordagem, utilizando inteligência artificial para integrar a produção de H2V com fontes renováveis, baseando-se em dados futuros do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para otimizar a conexão à rede e estabilizar o fornecimento, superando barreiras como a negativa de conexão enfrentada em abril de 2025 e fortalecendo a economia regional.
A IA pode processar dados em tempo real de geração eólica e solar, ajustar a operação de BESS para armazenar excedentes e simular a viabilidade econômica do projeto Fortescue, acelerando a decisão final de investimento (FID) e posicionando o Ceará como um exemplo replicável, com benefícios que se estendem a outras regiões e ao mercado global.
Conclusão: Um Caminho para o Futuro
O setor energético brasileiro em 2025 está diante de um ponto de inflexão, onde os desafios da intermitência renovável, as limitações regulatórias e a pressão por descarbonização exigem uma resposta coordenada e inovadora. Este artigo demonstrou como a inteligência artificial (IA) pode orquestrar a transição energética, integrando de forma estratégica os recursos existentes, como o gás natural em regiões como Rio de Janeiro, Sergipe e Rio Grande do Sul, com inovações como o hidrogênio verde (H2V), sistemas de armazenamento de energia (BESS) e reatores modulares pequenos (SMR). A análise revelou que a IA não apenas otimiza operações e prevê demandas, mas também oferece uma ponte viável entre o presente, marcado pela crise hídrica de 2024 e o uso intensivo de térmicas previsto para o segundo semestre de 2025 pelo ONS, conforme noticiado pela MegaWhat em junho de 2025, e um futuro sustentável alinhado às metas da COP30.
A abertura de dados do ONS, prevista para 2026-2027, emerge como um catalisador essencial, permitindo que a IA transforme informações em tempo real e históricas em decisões estratégicas, como a resolução da negativa de conexão da Fortescue no Pecém, reportada pelo Diário do Nordeste em abril de 2025, e o planejamento de expansões de transmissão. Essa abordagem não apenas supera barreiras regulatórias, como a ausência de regulamentação da Lei do Hidrogênio Verde, mas também equilibra as necessidades de justiça social, redistribuindo recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para subsidiar inovação e tarifa social simultaneamente. Estratégias regionais, como o desenvolvimento do Pecém como hub de H2V, a otimização do gás na siderurgia de Volta Redonda e a integração de biometano na Gerdau em Charqueadas, demonstram como a IA pode adaptar soluções locais às realidades específicas, enquanto a conexão global com mercados como a Europa e os EUA posiciona o Brasil como um líder na exportação de energia limpa.
A IA integra gás, renováveis, BESS e H2V, aproveitando o open data do ONS para uma transição até 2030, posicionando o Brasil como líder na COP30.
O momento é propício para ação. A comunidade do setor — reguladores como a ANEEL e o ONS, concessionárias, investidores como a Fortescue e empresas de tecnologia — é convocada a colaborar em parcerias público-privadas que financiem infraestrutura e inovação. Um fórum nacional, alinhado à COP30, poderia consolidar essa estratégia, integrando dados, políticas e investimentos para um plano de transição até 2030. Esse caminho não apenas assegura resiliência e competitividade, mas também transforma os desafios atuais em oportunidades, estabelecendo o Brasil como um modelo de transição energética globalmente reconhecido.