Eduardo M Fagundes

Artigos

Coletânea de artigos técnicos e reflexões de Eduardo M. Fagundes publicados entre 2011 e 2017

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Autor: Eduardo Fagundes

  • A inovação em uma TI hibrida

    Os grandes provedores de tecnologia estão migrando seus softwares para Cloud Computing. A Microsoft, SAP, IBM, Adobe e outras já ofertam suas soluções na nuvem. A SAP anunciou uma nova estrutura organizacional orientada a Cloud Computing. Essa movimentação dos fornecedores para a nuvem obrigará, mais cedo ou mais tarde, as empresas usuárias a se reorganizarem para alinhamento na nova onda tecnológica. Isso significa que no planejamento da TI de médio e longo prazo a plataforma de nuvem deve estar prevista.

    Apesar da resistência de algumas empresas ao Cloud Computing e em executar seus sistemas em ambientes externos isso parece ser um caminho sem volta. Se existe esse movimento das empresas, que sempre seguem a voz do cliente, significa que existe o consenso que esse é o novo paradigma da tecnologia e as forças de mercado levarão ao alinhamento de todas as empresas que buscam competitividade.

    O ambiente de Cloud Computing é mais seguro e tem a melhor relação custo/benefício para a maioria das empresas pequenas e médias, baseado na minha experiência como consultor. Para as grandes, depende de caso a caso. Uma alternativa para as grandes é implantar a plataforma de Cloud Computing interna, como está fazendo o SERPRO. Isso flexibiliza a adoção no futuro de serviços externos ou prover serviços para clientes baseados na nuvem.

    Serviços com funcionalidades padrão para atender processos padrão não geram inovação, apenas garante os mesmos níveis de competitividade para as empresas. Desta forma, é importante que as empresas estabeleçam uma plataforma flexível e integrável com os ERPs para implantar funcionalidades inovadoras para negócios inovadores.

    Imagino que a próxima onda de inovação será a criação de uma plataforma hibrida aproveitando as informações geradas pelos ERPs padrão e trabalhando com esses dados para produzir novos serviços baseados na análise das informações, incluindo o Big Data.

    As empresas que implementarem novas plataformas de tecnologia combinando o Cloud Computing na modalidade de SaaS (Software as a Service) e PaaS (Platform as a Service) ou IaaS (Infrastructure as a Service) terão vantagem competitiva no curto, médio e longo prazo.

    inovacao na ti hibrida

  • Simplificando a vida do executivo

    Um dos objetivos da tecnologia é o aumento da produtividade das pessoas. Sem dúvida, a tecnologia tem ajudado muito as pessoas a simplificar suas tarefas no dia a dia. A possibilidade de configurar os equipamentos para o seu perfil de uso melhora a produtividade. Entretanto, ainda existe um grande desafio para simplificar a vida dos executivos que utilizam smartphones, tablets e notebooks corporativos. Não é raro ver executivos com dois smartphones e ter dificuldades para acessar algumas redes sociais ou sites na Internet usando seus notebooks corporativos. Além disso, precisam executar rotinas de backup de arquivos e criptografia de arquivos importantes, tirando o foco do seu trabalho. Como simplificar a vida do executivo?

    Em primeiro lugar temos que entender que os equipamentos móveis se integraram definitivamente na rotina diária das pessoas. Cada um tem suas preferencias por equipamentos e sistemas operacionais. Se a área de TI definiu o Android como padrão corporativo e o executivo prefere o iOS, certamente ele terá dois equipamentos. Inevitavelmente, em algum momento ele armazenará um arquivo corporativo no seu smartphone ou tablet pessoal e quebrará o sistema de segurança.

    Em muitas empresas o backup dos arquivos é de responsabilidade dos executivos, seja em servidores corporativos ou em mídia local. Deixar essa rotina operacional desvia o executivo do seu foco de trabalho, reduzindo sua produtividade.

    Sem falar nas horas perdidas dos executivos em manutenções de computadores e de smartphones. Acredito que cada um de nós tenha uma história chata do tempo perdido para consertar ou substituir um equipamento.

    Uma solução para esse problema é a virtualização das aplicações, conhecida como VDI, Virtualization Desktop Infrastructure. Na verdade, a tecnologia já evoluiu e não se restringe apenas a desktops, mas para todos os equipamentos móveis.

    Uma das restrições de uso dessa tecnologia era a dificuldade de conexão dos equipamentos via Internet móvel. Esse problema está sendo superado com a nova tecnologia 4G e a disponibilidade cada vez maior de WiFi em locais públicos.

    A virtualização permite compartilhar de forma inteligente os recursos computacionais dos equipamentos móveis e servidores corporativos ou da nuvem de computadores (Cloud Computing).

    Com a virtualização todos os softwares e arquivos ficam armazenados nos servidores. Isso elimina a necessidade de backups, simplifica muito a substituição de equipamentos e atualizações de software. Além de aumentar a produtividade, aumenta significativamente a segurança das informações.

    Interessante observar que já utilizamos o VDI com o MS-Office 365 e os aplicativos do Google Drive. Para quem explora as facilidades de trabalho colaborativo conhece as enormes vantagens e ganhos de produtividade.

    Permite a introdução do conceito de BYOD, Bring Your Own Device, ou seja, cada executivo pode escolher seu próprio equipamento móvel. Isso reduz os investimentos em aquisições de equipamentos pela empresa e aumenta a produtividade e satisfação no trabalho.

    Um dos equívocos nos estudos de viabilidade econômica dos projetos de VDI é não considerar o aumento de produtividade dos executivos, incluindo a redução do tempo perdido em backups, manutenções e substituições de equipamentos. Ainda se for considerado a introdução do conceito de BYOD as vantagens econômicas se ampliam.

    Nosso núcleo de pesquisa pode ajudar nos estudos de viabilidade econômica para comprovar as vantagens da virtualização das aplicações móveis.

  • O Walmart digital

    O Walmart Labs, o centro de inovação tecnológica do Walmart, anunciou a compra da Stylr, um serviço que auxilia o consumidor a encontrar roupas e acessórios em lojas próximas da sua localização. Essa foi a 13ª aquisição do Walmart Labs nos últimos três anos.

    O Stylr é um serviço criado por dois ex-alunos de Stanford e financiado pela incubadora Dreamit Ventures de Nova York. Ao que parece o Walmart está interessado na tecnologia da Stylr e deve retirar o aplicativo da Apple Store. Essa tecnologia deve ser utilizada em futuros aplicativos móveis do Walmart.

    Segundo o Walmart, 80% de seus clientes têm menos de 35 anos e possuem um smartphone e que metade usa para ajudar nas compras. Isso cria uma oportunidade para desenvolver aplicativos móveis para trazer mais conveniência nas compras nas lojas físicas e online.

    O Walmart está agressivamente migrando para o mundo digital. Em 2013, suas vendas online cresceram 30% nos Estados Unidos, enquanto a Amazon.com cresceu 20%. Isso torna o Walmart um dos principais concorrentes da Amazon.com.

    O uso de smartphones é mais uma facilidade para incentivar as compras por impulso. A Amazon.com já identificou essa oportunidade.

    O próximo desafio é capturar os consumidores através dos smartphones. Com a facilidade de localização é possível identificar a proximidade do consumidor e incentivá-lo a comprar uma oferta elaborada, exclusivamente, para o seu perfil.

    Mais uma vez entra na discussão a questão da privacidade. Entretanto, acredito que muitos consumidores preferem a facilidade do que a privacidade.

    Desta forma, as empresas devem dar mais atenção aos aplicativos móveis e suas funcionalidades para compras online.

  • Containers o novo paradigma para data centers

    Os containers data centers estão mudando o paradigma de uso de sofisticadas construções e salas cofre para abrigar a infraestrutura de TI.  Cada vez mais são exigidos locais seguros para servidores e armazenamento de dados com proteções contra incêndio, sistemas redundantes de refrigeração e energia, e robustos controles de acesso.

    Um desafio é construir essa infraestrutura em prédios já existentes, que em alguns casos a estrutura predial não suporta o peso dos equipamentos e mudanças de layout necessárias para o data center.

    Outro desafio é construir data centers em regiões remotas, como minas de extração de minério, petróleo e mesmo fabricas localizadas fora dos centros urbanos. Nesses casos a melhor solução é o uso de contêineres data centers.

    Os containers são utilizados no novo conceito de data centers modulares. Ao invés de construir enormes instalações para acomodar racks de servidores e storage usa-se o container como um modulo completo de processamento. Sua expansão é simples, basta adicionar mais módulos quando necessário. Os containers podem ser empilhados, otimizando o espaço do prédio. A Microsoft adotou esse conceito.

    Vantagens dos contêineres data centers:

    • Alta densidade de processamento com centenas de Teraflops por container
    • Baixo investimento para iniciar as operações não exigindo custos de infraestrutura adicionais
    • Baixo consumo de energia para refrigeração
    • Rápida implementação
    • Configurações flexíveis e facilidade de expansão

    Os containers data centers são excelentes soluções para sites backup para instalações já existentes.

    Outra característica importante é que alguns modelos já são classificados como Tier III evitando os custos adicionais de certificação do data center pela empresa compradora. Essa característica traz um importante redutor de custo. Ou seja, na análise financeira do projeto deve-se considerar todos os fatores envolvidos no projeto, não apenas os custos de construção do data center.

  • Reinvente o seu negócio antes que outros o façam

    A globalização selecionará o mais eficiente. Se você dirige uma empresa e vê o negócio indo para trás, trate de reinventar sua empresa. Não é fácil. Exigirá muito esforço, coragem e habilidade para convencer seus sócios, acionistas, funcionários, fornecedores e clientes. Entretanto, se você não fizer alguém fará no seu lugar ou sua empresa está com os dias contados. Em alguns casos, o mais impressionante é que as pessoas sabem o que é preciso fazer e, simplesmente, não o fazem. Falta coragem e determinação.

    Em meados da década de 1980, a Intel estava perdendo mercado de chips de memória para os fabricantes japoneses. Os orientais fabricavam em massa e alta qualidade com uma excelente relação custo-benefício. Por mais esforço que fizessem a Intel não conseguia competir.

    Em uma reunião, Andy Grove e Gordon Moore, fundadores da empresa, debatendo sobre a situação fizeram a seguinte pergunta: Se contratássemos alguém de fora para dirigir a empresa, o que ele faria? A resposta foi: fecharia a produção de chips de memória porque não é lucrativa e os nossos competidores são mais eficientes. Se sabemos disso porque nós não o fazemos?

    Fizeram. Abandonaram o negócio de chips e se concentraram no segmento de microprocessadores. O resultado nós conhecemos. Hoje a Intel é líder no setor e a maioria de nós usa um “Intel Inside”.

    Competir em uma área em que, claramente, não somos competitivos não é uma coisa muito inteligente. A saída é encontrar uma nova forma de abordar o mercado com seus produtos ou se associar aos líderes.

    Um dos nossos grandes desafios é aumentar a competitividade das empresas. Vários estudos mostram que estamos caminhando para trás. Estamos nas últimas posições no ranking mundial de competitividade. De 2010 para 2014, o país caiu do 38º lugar para o 54º entre as 60 economias analisadas pelo International Institute for Management Development (IMD) e pela Fundação Dom Cabral.

    Tenho certeza que a maioria dos executivos e empresários sabem que é preciso inovar para conseguir sobreviver no mercado. Será que falta coragem e determinação?

  • Pagar chamada de voz de celular é coisa do passado

    O serviço de chamadas de voz internacional quase que desapareceu com serviços de VoIP (voz sobre IP), como o Skype. O modelo de negócio das chamadas de longa distância nacionais se adaptaram para não perder clientes para o VoIP. Os serviços de telefonia fixa está com seus dias contados sendo, gradualmente, substituídos pelos celulares. Embora, o uso de serviços de mensagens de dados estejam substituindo as chamadas de voz para as pessoas físicas, essa tendência não se aplica ao mundo corporativo. Ainda para se fazer negócios as chamadas de voz são muito importantes. A questão é o custo elevado das chamadas entre operadoras diferentes, mesmo a partir de telefones fixos. Mais uma vez a Internet é a solução.

    Com o crescente uso de smartphones é possível fazer chamadas de voz com sua comunidade de amigos usando o Skype, Viper, Facebook Messenger, Google Hangout e outros aplicativos móveis. Para pequenos negócios esses serviços públicos atender uma boa parte das necessidades dos vendedores que possuem uma comunidade de clientes próxima. Entretanto, para empresas de médio e grande porte essas soluções não são viáveis.

    Restringir chamadas telefônicas nas empresas é coisa do passado. Reduzir a comunicação entre as pessoas significa reduzir vendas e abrir espaço para a concorrência. A solução é encontrar uma forma de ampliar a comunicação com menores custos.

    A solução é a usar a Internet e uma infraestrutura de comunicação integrada, conhecida como unified communications (UC). Plataformas de UC não são novas. O fato novo é que com o aumento da qualidade das comunicações e o aumento das taxas de transmissão da Internet com redução de custos tornou viável o uso de soluções UC.

    A Microsoft entendeu esse movimento e tomou duas ações importantes, comprou a Skype e lançou uma plataforma de unified communication para o ambiente corporativo chamada Lync. O interessante do Lync é a integração com o Skype e com o sistema de CRM do Microsoft Dynamics. Uma integração com o SalesForce é possível com conectores de terceiros.

    Nessa área a Cisco aparece como líder no Quadrante Mágico do Gartner junto com a Microsoft, Avaya e Siemens. O relatório do Gartner que pode ser acessado no site da Microsoft mostra ainda algumas soluções de nicho que podem ser interessantes no Brasil, como a da ShoreTel.

    A solução da ShoreTel utiliza um appliance que conecta seus telefones as linhas troncos de telefonia das concessionárias de telefonia e ao servidor com o software de UC. O appliance permite que os telefones façam e recebam chamadas das concessionárias em caso de falha do servidor. Essa facilidade permite aumentar a disponibilidade do serviço, uma das preocupações quando se utiliza alguma infraestrutura de TI e Internet para telefonia.

    Todas as soluções de UC permitem a integração com smartphones, o que significa que você não precisa mais pagar chamadas de celular para fixo e otimizar as chamadas para clientes com aplicativos móveis. Isso significa liberdade de comunicação e crescimento nos negócios.

  • Um novo paradigma: data center e geração de energia juntos

    Criou-se um novo paradigma no mercado de data centers. Praticamente, todos os novos grandes data centers estão sendo construídos fora dos grandes centros metropolitanos e  próximo de fontes geradoras de energia renovável. Muitos dessas fontes de energia estão sendo construídas pelas próprias empresas de data centers. Veja um exemplo no vídeo abaixo.

  • Startups como estratégia de crescimento das empresas

    O conceito de startup está muito associado a novas e pequenas empresas criadas por jovens empreendedores na área de tecnologia e Internet, apoiadas por investidores e com potencial de crescimento rápido. Entretanto, o conceito pode ser expandido para qualquer iniciativa que reúna pessoas que buscam um modelo de negócios inovador e escalável em um ambiente de incertezas. Esse grupo pode ser de funcionários de uma empresa já atuante no mercado que busca novos mercados e novos produtos.

    Em mercados altamente competitivos as empresas precisam inovar constantemente em um ritmo cada vez maior. As questões operacionais e culturais de uma empresa já estabelecida podem ser obstáculos para o desenvolvimento de novos produtos e atuação em outros mercados. Nessa situação, a melhor alternativa é criar uma equipe de inovação fora do contexto da empresa e, preferencialmente, em outro ambiente físico para evitar a influência da cultura tradicional da empresa.

    Essas startups devem ter orçamento próprio, equipes com pelo menos 75% de novos funcionários recrutados dentro do perfil da nova operação, utilizar seletivamente os sistemas de TI e os processos já implantados, ter um contabilidade independente e ter seu desempenho medido por indicadores diferentes dos utilizados pela empresa.

    O número de startups que a empresa deve investir depende das projeções iniciais de receita no médio e longo prazo de cada uma, a probabilidade que essas receitas venham a se efetivar e a expectativa de crescimento de longo prazo da empresa.

    Para uma empresa operar dentro do conceito de startups internas é necessário mudar a cultura organizacional e se desapegar de alguns conceitos empresariais atuais, como poder, hierarquia e punição pelo erro.

    Como diz o sábio ditado, uma longa caminhada começa com o primeiro passo. A sugestão é iniciar com um projeto piloto que reúna os quesitos de uma startup com um modelo de negócios repetível e escalável. Ser repetível significa entregar um produto em escala ilimitada e ser escalável significa crescer sem alterar o modelo de negócios.

    Vamos dar o primeiro passo?