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Autor: Eduardo Fagundes

  • Carro autônomo do Baidu

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    Carros autônomos estão sendo desenvolvidos em todo o mundo. O grande desafio será a regulamentação dos países. O estado da Califórnia já declarou que os carros deverão ser pilotados por pessoas com habilitação, deverão ter direção e sistema de freios para que em momentos de emergência o motorista possa assumir o controle. Outro detalhe interessante é que na Califórnia os carros não poderão ser vendidos, apenas alugados.

    Na China, onde repetidas vezes a capital Pequim entra em estado de alerta devido a forte poluição, a Baidu está desenvolvendo o seu carro autônomo. Estão utilizando um modelo da BMW. Essa será uma forma de colocar ordem no caótico trânsito de Pequim.

    Entretanto, acredito que a direção seja substituir os carros por transportes públicos nas cidades e dispositivos móveis de transporte individuais para locais específicos, minimizando os investimentos em obras viárias. Isso abre oportunidades para as cidades investirem em projetos para melhorias na educação, saúde e outros serviços de apoio aos cidadãos.

    Artigo

  • O processo de feedback pode destruir a competitividade da sua empresa

    Ferramenta comum de avaliação de desempenho de funcionários, o feedback é um risco para a competitividade das organizações. O feedback dado pelos chefes (sic) aos seus subordinados (sic) consiste em comparar os objetivos negociados no inicio de um período de trabalho ou as expectativas de desempenho em uma rotina de trabalho, sob a ótica da cultura da empresa. Em ambos casos, parte-se de algo estabelecido no passado. Racionalmente simples e booleano, atingiu ou não as expectativas. Entretanto, o processo de feedback acaba carregando uma forte carga emocional e subjetiva, próprio do relacionamento humano. Via de regra, os chefes (sic) orientam seus subordinados (sic) para adotarem padrões de comportamento de acordo com seus ponto de vista e da cultura da empresa. Raramente, a empresa transforma sua cultura ou os chefes (sic) mudam o comportamento a partir da observação do comportamento dos colaboradores. Isso faz com que as empresas parem no tempo e dão margem para que as novas avancem no mercado, deixando as velhas (empresas) para trás. O que precisamos é de um processo de feedback reverso, onde os colaboradores tenham mais influencia nas transformações das empresas, mais do que um simples programa de sugestões.

    Um processo de feedback tende a tornar homogêneo o comportamento dos colaboradores, pressionados pela observação dos chefes e da opinião pública interna. Esse processo se potencializa nas empresas que adotam o feedback 360º, onde vários colegas do departamento e de outros onde o colaborador se relaciona, incluindo outros gestores, opinam sobre o seu comportamento e desempenho.

    Como o objetivo de muitos colaboradores é avançar na hierarquia da organização acabam se submetendo a um modelo teatral e restritivo de comportamento para atender as expectativas da empresa. Assumem uma personalidade “facebook”, onde tudo está bem e criticando comportamentos fora de um padrão estabelecido.

    Trabalhar em empresas onde as pessoas não são autênticas reduz, drasticamente, as oportunidades de discussões francas e diretas para resolver problemas e encontrar soluções de melhoria de processos de forma rápida e objetiva. Triste a situação onde empregados se questionam se o chefe irá gostar ou não de uma sugestão de melhoria.

    Cada empresa deve encontrar uma forma de transformar sua cultura buscando o alinhamento com os novos comportamentos dos consumidores e do mercado. Dar mais autonomia para os colaboradores com metas tangíveis é uma maneira de mudar o jogo. Cada um adotando um estilo próprio para conduzir suas tarefas renova a cultura da empresa, agrega novos valores a empresa, absorve de forma mais rápida as mudanças comportamentais das novas gerações e tem mais aderência com as expectativas dos clientes. Em organizações onde se empodera os colaboradores as tomadas de decisão são mais rápidas, existem menos níveis hierárquicos, mais liberdade para se trabalhar e as pessoas são mais autênticas.

    Isso não significa que a empresa perca seu propósito, ou seja, o motivo pelo qual ela foi criada. Para garantir que ela prospere e dure é necessário, constantemente, se adaptar a novos padrões culturais e seguir as tendências das novas gerações e atender as novas expectativas dos clientes.

  • A necessidade de reinvenção dos serviços de telecomunicações

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    A conexão de redes privadas de dados usando servidores de nomes de domínios (DNS) para identificar serviços em diferentes redes foi uma grande evolução nas telecomunicações, criando o conceito de Internet. Porém, a grande revolução foi os serviços criados usando o conceito e a infraestrutura da Internet. A primeira e grande inovação foi o Skype, serviço gratuito de comunicação de voz que além de conectar milhões de pessoas no mundo criou um novo conceito para a telefonia mudando o comportamento das pessoas. A Netflix mudou o conceito de assistir filmes na televisão. O WhatsApp mudou o conceito de comunicação entre usuários de celulares. O Twitter mudou o conceito de jornalismo com informações instantâneas. O Facebook mudou a forma de relacionamento entre as pessoas. Tudo isso graças a infraestrutura dos provedores de telecomunicações que investiram bilhões de dólares na aquisição de licenças púbicas, equipamentos, softwares complexos e pessoas especializadas, além de terem se comprometido em contrato com várias metas de inclusão social com o governo. Entretanto, quem ganha dinheiro de forma exponencial são as empresas que criam aplicativos usando quase que gratuitamente a infraestrutura dos provedores de telecomunicações. Antes protagonistas, agora coadjuvantes no cenário tecnológico.

    O ciclo de mudança de comportamento dos consumidores está quase se concluindo. Ainda existe pessoas que usam os serviços tradicionais de telefonia, assistem canais abertos e serviços de televisão por assinatura convencionais. Ainda existem empresas que mantém serviços 0800 e números de telefones locais para atendimento aos seus clientes, gerando enormes custos operacionais tanto para elas como para seus clientes. Imagine o custo total de telefone que os clientes pagam para acessar serviços dos bancos, cartões de crédito e serviços de televisão por assinatura. Concluindo esse ciclo, os provedores de telecomunicações poderão entrar em colapso se não se reinventarem.

    Os grandes provedores já se deram contam disso e estão operando seus próprios serviços de streaming de vídeo, televisão por assinatura e serviços de Data Centers. Porém, são serviços copiados do mercado e altamente vulneráveis como modelo de negócio.

    O aluguel da rede de telefonia móvel para outras empresas criarem serviços móveis virtuais (MVNO) maximiza o uso da rede, porém abre novas oportunidades de serviços para novos entrantes com aplicações OTT (over the top). Um exemplo é a empresa de seguros Porto Seguro que criou uma MVNO e usa para monitorar o comportamento dos motoristas na direção e localização dos veículos.

    Os provedores de telecomunicações devem fortalecer seus atributos de valor únicos, como proximidade aos clientes e garantia de serviço (QoS) da sua rede. Assistir o Netflix pela Internet pode ser prejudicado pelo alto tráfego da Internet, uma chamada do WhatsApp pode ter voz metalizada dependendo do tráfego, a imagem do Skype pode congelar dependendo da qualidade da rede. Todos esses problemas podem ser resolvidos com o uso de aplicativos próprios “dentro da rede” do provedor de telecomunicações. Entretanto, para isso se viabilizar a qualidade do atendimento deve ser premium.

  • A “velha guarda” de TI deve se unir para sobreviver

    Competição e Colaboração são práticas associadas no novo mundo dos negócios. Os fenômenos de Cloud Computing e Open Source transformaram não apenas os modelos de negócios das empresas de tecnologia da informação (TI) como dos negócios. A tendência é que as empresas comprem serviços de processamento e armazenamento de dados de um fornecedor que integre tecnologias para formar uma plataforma confiável e escalável com pagamentos sob demanda. No modelo antigo a integração era realizada pelo cliente e permitia a competição em vários segmentos. Hoje, se os competidores no passado não colaborarem entre si ficarão com um mercado muito restrito. Algumas empresas estão comprando outras, como o caso da Dell e EMC, formando uma empresa que pode oferecer uma plataforma de processamento para os clientes.  

      
    Em um cenário de Open Source e hardware barato comprado diretamente dos fabricantes chineses, a saída para as empresas é concentrar-se nos serviços. Mesmo a IBM que desenvolve software cria serviços para oferecer aos seus clientes, como o caso do serviço de computação cognitiva, Watson.

    Provavelmente, em poucos anos muitas empresas que conhecemos hoje serão compradas por algumas empresas líderes e suas marcas desaparecerão, como foi o caso da Digital Computer Equipment (DEC), Sun Microsystems e Compaq.

    Isso significa que aumenta o risco de empresas que operam seus próprios data centers e desenvolvem sistemas enfrentarem um ambiente de fornecedores desconhecidos no futuro.

    Outra questão é que em um mundo de negócios cada vez mais dinâmico manter uma infraestrutura de TI rígida e proprietária dificulta a integração de informações e a adoção de processos comuns em casos de aquisição e fusão de empresas.

    A estratégia de TI das empresas usuárias deve contemplar plataformas abertas e softwares no ambiente de Cloud Computing, permitindo flexibilidade para aquisições e fusões, forçando o mercado de TI se ajustar através de colaboração ou fusões entre eles.