Elimine o cargo de CIO. Crie o cargo de CIO.

Elimine o cargo de Chief Information Officer (C-Inf-O) e crie o cargo de Chief Innovation Officer (C-Inn-O). Em mercados altamente competitivos a inovação é a marca do sucesso. Inovação é arte de transformar hábitos. Vejas os exemplos dos Walkmans da Sony, da Internet, celulares e dos iPods da Apple (não confunda com melhoria contínua). Os atuais C-Inf-O gastam mais de 80% do seu tempo em atividades operacionais, suporte a sistemas e atendendo as demandas das áreas de negócios. Pressionados e exaustos pouco contribuem para a inovação, consequentemente seu prestigio e influência diminui nas organizações e acabam subordinados a um diretor corporativo. Não é à-toa que o tempo de um C-Inf-O nas empresas é de três anos. Por outro lado, as organizações precisam coordenar melhor suas iniciativas de inovação. Ações dispersas e desconexas não geram impacto no mercado para a transformação dos hábitos dos consumidores. Se a empresa não optou um profissional com um perfil muito técnico, o melhor candidato para posição de C-Inn-O é o C-Inf-O.

Empresas de sucesso e sustentáveis são aquelas que criam produtos para destruir seus próprios produtos. A P&G é um exemplo de organização inovadora. Cria produtos para concorrer com seus próprios produtos. Sobrevive aquele que tiver melhor desempenho ou que se adaptam a um mercado de nicho. Implantar uma cultura de inovação significa transformar a cultura da empresa. Deve ser natural para os funcionários pensar em destruir os produtos que estão trabalhando. Essa transformação de negócios deve ser acompanhada com dedicação, persistência, disciplina e paixão. Inovação vai muito além de processos de melhoria contínua de processos e produtos. Inovação significa mudar os hábitos dos consumidores e situações que nem eles conhecem ou desejam. Ou seja, perguntar para os consumidores o que eles querem é apenas uma pequena parte do processo de inovação.

Inovar é muito mais transpiração do que inspiração. Para inovar é necessário identificar tendências de hábitos dos consumidores e projetar produtos e serviços que convirjam para um desejo ainda não identificado. São aqueles produtos que quando lançados os tradicionais engenheiros de produtos se perguntam “porque não pensei nisso antes”. Esse é o ponto. Como pensar nisso antes. Os dados que mostram as tendências futuras estão disponíveis para todos. Dentro da empresa devem existir dados suficientes para “pensar nisso antes”.  Quem tem mais condições de cruzar e relacionar esses dados: o C-Inf-O. Entretanto, o pobre do C-Inf-O está imerso em problemas operacionais e satisfazendo em algum capricho de diretor, afinal ele tem que sobreviver. Acabe com essa função.

Crie a posição de C-Inn-O. O principal objetivo dessa posição é criar mecanismos para identificar tendências. Essa posição deve se reportar diretamente para o CEO, atuar em todas as áreas de negócio com liberdade e desenvolver programas de inovação para transformar a cultura da organização. Pode até acumular aqueles 20% que o C-Inf-O utilizava para desenvolver estratégias e planejamento de tecnologia.

E o que fazer com os 80% das atividades do C-Inf-O? Entregue-as para o CTO, Chief Technology Office. Algumas organizações já adotam uma estrutura organizacional onde o C-Inf-O e o CTO tem níveis hierárquicos iguais e funções bem definidas de apoio aos negócios e suporte a tecnologia e serviços de TIC.

Resumindo, elimine a posição de C-Inf-O da sua organização, crie a posição de C-Inn-O e passe as atividades operacionais de TIC para o CTO. Sua organização conseguirá maior capacidade para inovar, maior eficiência e menos desgaste com a área de TIC.