Eduardo M Fagundes

Artigos

Coletânea de artigos técnicos e reflexões de Eduardo M. Fagundes publicados entre 2011 e 2017

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Tag: empreendedorismo

  • Cinco coisas para o sucesso de um negócio digital

    O atraente mercado de aplicativos móveis tem motivado várias pessoas, principalmente os jovens, a desenvolver novos negócios. Engana-se, entretanto, quem pensa que é fácil entrar nesse mercado. Quem está de fora pode pensar em uma lógica simples: uma boa ideia, um bom programador e uma boa divulgação nas redes sociais. Pronto, agora é só esperar o dinheiro chegar. Mas se fosse fácil assim teríamos um milionário em cada esquina.

    Para criar oportunidades no mercado digital é preciso de pelo menos cinco coisas: (1) um bom plano de negócios; (2) um líder com capacidade de execução; (3) um bom profissional de finanças; (4) pessoas capacitadas e motivadas; (5) uma plataforma tecnológica robusta;

    Uma boa ideia é apenas parte do negócio. Ela tem que estar inserida dentro de um plano de negócios para mostrar como irá beneficiar os clientes, como o negócio funcionará, seu fluxo de caixa, a tecnologia que será adotada e o plano de implantação.

    O desafio é tirar do papel o plano de negócios. Isso requer uma forte liderança do empreendedor. Se você só tem boas ideias, procure um sócio com capacidade de execução. Detalhe: esse futuro sócio não precisa ser da área do negócio. O bom empreendedor é aquele que reconhece suas limitações e busca ajuda para realizar seus planos.

    Como o seu plano é ganhar dinheiro, você precisa do apoio de um bom profissional de finanças. Ele inclusive ajudará na obtenção dos recursos financeiros para executar seu projeto e aumentará a confiança dos investidores no negócio. Uma boa alternativa é convidar um investidor anjo que se proponha a oferecer apoio técnico ao projeto.

    Outro desafio é encontrar as pessoas certas para colaborar na execução do projeto e na operação do dia a dia. Se bem executadas as três etapas anteriores, você atrairá bons profissionais que estarão motivados a cooperar para o sucesso do empreendimento.

    O último ponto e fundamental para o sucesso do negócio é a escolha de uma plataforma tecnológica robusta. Não economize na solução. Lembre-se que o negócio tendo o sucesso que você espera ele crescerá de forma exponencial e exigirá uma plataforma que cresça da mesma forma. Selecione bem o parceiro de tecnologia.

    Sucesso no seu negócio digital.

  • Como evitar negócios medíocres?

    Imagine que você está criando um novo negócio, que pode ser uma startup ou uma nova divisão da sua empresa. Imagine que você conseguiu transmitir sua paixão pelo novo negócio para um grupo de investidores ou para a diretoria da sua empresa e eles resolveram apostar na sua ideia. E agora, o que você faz?

    A primeira coisa que vem na cabeça é montar o organograma. O líder do projeto, solitariamente, elabora como deve funcionar o negócio e desmembra o projeto em atividades e processos. A ideia é usar processos que já deram certo para acelerar a implantação do novo negócio e reduzir o risco.

    Com os processos e atividades já definidas, é hora de contratar as pessoas. Usando a descrição dos processos, define-se o perfil e habilidades para cada posição. O pessoal de recrutamento contrata as pessoas.

    Processos definidos, pessoas contratadas e hora de lançar o novo negócio.

    Isso funciona para negócios medíocres.

    Para desenvolver negócios realmente impactantes com o objetivo de obter resultados excepcionais, temos de mudar a lógica das coisas.

    O primeiro passo é convidar as melhores pessoas do seu relacionamento para formar a equipe do projeto. Transmita sua paixão pelo novo negócio para convencer essas pessoas a trabalharem com você. A IBM, quando decidiu por uma transformação radical, contratou Louis Gerstner, presidente da RJR Nabisco, uma empresa do setor alimentício.

    Com os melhores no time, é hora de decidir o que fazer. Encare de frente os problemas que possam afetar o seu negócio, principalmente se você está desenvolvendo um novo negócio em uma empresa tradicional. A pressão dos que não querem mudar será enorme. Se for necessário, monte uma nova empresa longe das influências do pessoal do contra.

    Desenvolva os processos de forma simples. Depois disso, busque a melhor tecnologia para acelerar o negócio. E a melhor tecnologia é aquela que atende às necessidades do negócio e não necesseariamente a mais avançada. Controle sua ansiedade, pois você ainda usará a tecnologia mais inovadora do planeta. Antes, porém, consolide o seu negócio.

  • Quer inovar? Aprenda as principais etapas

    A inovação é um processo em que a criatividade é apenas uma das etapas, sendo que as demais requerem essencialmente processo e disciplina. Um programa de inovação deve incluir no mínimo cinco fases: educação; criatividade e engajamento do pessoal; planejamento; execução e avaliação dos resultados.

    Inovação é a palavra da moda. A maioria das empresas a tem como parte de sua missão e metas organizacionais e desafiam os funcionários a inovar. Mas inovar “o que”? A inovação pode ser fazer mais com menos; desenvolver produtos ou serviços; atuar em um novo mercado com produtos totalmente diferentes dos atuais; introduzir tecnologias disruptivas ou acertar novas estratégia de marketing.

    Para tirar essas dúvidas, o primeiro passo na implantação de um programa de inovação é o treinamento. Todos devem entender o significado da inovação e aprender a identificar oportunidades para novos projetos. O treinamento deve incluir técnicas para explorar a criatividade das pessoas, técnicas analíticas e modelos de gestão de processos e negócios.

    A segunda etapa é criar um ambiente organizacional que permita explorar a criatividade das pessoas, incluindo funcionários, fornecedores e clientes. Deve ser implantado um sistema colaborativo para as pessoas enviarem sugestões de melhorias e ideias. O objetivo, nessa etapa, é criar um ambiente onde as pessoas não sejam penalizadas pelo erro na tentativa de inovar. Isso motiva o engajamento e fomenta a inovação.

    A terceira etapa é o processo de inovação em si, a hora de transpirar para desenvolver novos modelos de negócios, produtos ou serviços inovadores a partir das ideias e objetivos traçados. Nesta fase, são usadas técnicas e modelos de gestão para redefinir atributos de produtos e transformar tecnologia em algo útil e simples de ser usado pelas pessoas.

    A quarta etapa, talvez a mais importante, é a execução. Aqui devem ser empregadas técnicas de gestão de portfólio de projetos para garantir o controle e a disponibilidade de recursos para executar as atividades dos projetos. Minha experiência mostra que a execução perfeita dependente de uma forte liderança.

    Por último, a avaliação geral para discutir os resultados e aprender com os erros. Um equívoco comum nas avaliações de projetos inovadores é usar as mesmas métricas de desempenho de outros negócios da empresa. É preciso ter em mente que inovar implica em novos critérios de negócios, logo, o sucesso do projeto depende de outros parâmetros.

    Ah, e não se esqueça: o espírito inovador parte de boas ideias geradas por pessoas que estão felizes em seus empregos.

  • Delegar é preciso. Controlar é imperativo

    O sucesso de um negócio depende da visão do empreendedor e da sua execução. Difícil dizer o que é mais importante. A experiência mostra que um negócio só é bem sucedido quando é executado sob a forte liderança do empreendedor. Isso coloca em discussão os critérios e formas de delegação de responsabilidades.

    Quanto mais complexa a execução de um projeto maior é a necessidade de delegar as funções especializadas. Mas até que ponto o empreendedor deve dar liberdade para os colaboradores executarem as tarefas?

    Alguns executivos afirmam que o importante é o resultado final da tarefa. Se ela for entregue no prazo, dentro do orçamento e com as funcionalidades solicitadas está perfeito para o projeto.

    Se fosse assim, a maioria dos projetos teriam sucesso. A realidade é que se o empreendedor não se envolver diretamente na execução do projeto, motivando as pessoas e retirando as pedras do caminho, o negócio pode até funcionar, mas não terá um resultado excepcional.

    Pare para pensar um instante. Nos projetos que você participou que tiveram um resultado excepcional, teve a figura de um líder marcante? Alguém que estava profundamente envolvido no projeto, exigindo ou influenciando para que as coisas fossem feitas do seu jeito?

    As técnicas de gerenciamento de projetos ajudam muito no controle de tarefas, porém não substituem a liderança do empreendedor.

    Delegar é confiar. A confiança vem de um processo de conhecimento e de interação entre o líder e seus colaboradores. O processo começa com o empreendedor dizendo o que tem que ser feito. O passo seguinte é explicar quais os benefícios os colaboradores terão se a tarefa for bem feita. O próximo passo é tomar decisões junto com os seus liderados. Por último, depois que o empreendedor adquiriu confiança na pessoa, a delegação das atividades.

    Delegar não significar transferir a responsabilidade. O empreendedor precisa acompanhar a execução das tarefas para garantir que o resultado seja o que ele espera.

    Não existe uma receita de bolo para um perfeito processo de delegação, isso depende da habilidade e intuição do empreendedor.

    Pense nisso no seu próximo projeto.

  • Atitude empreendedora diante da crise econômica

    As previsões de crescimento econômico para 2014 não são animadoras. Segundo as expectativas mais otimistas o PIB crescerá 2%, porém as apostas são de 1,5%. Diante dessas previsões as empresas ajustam seus investimento (CAPEX) e despesas operacionais (OPEX) para esse cenário econômico. Com isso, de certa forma estamos criando o futuro.

    Diante desse cenário, o empreendedor pode assumir duas posturas: primeiro, planeja o crescimento da sua empresa baseado nas previsões; ou, cria um novo mercado para crescer.

    Seguir o mercado é mais seguro. Cortam-se os investimentos e as despesas operacionais, incluindo redução de funcionários, treinamento e marketing. Os investimentos são adiados e procura-se uma cesta de investimentos que maximize os rendimentos.

    Essa atitude conservadora, se por um lado garante à sobrevivência da empresa do outro lado define que o ano será perdido.

    A segunda opção é ser proativo e criar um novo mercado com novos produtos ajustados ao cenário previsto.

    Gosto da ideia de criar personagens típicos dos mercados onde atuamos. Com um personagem, homem e mulher, podemos materializar e simular suas necessidades e comportamento no cenário econômico projetado. Com isso, conseguimos identificar novos produtos e serviços para atender suas novas necessidades.

    Por exemplo, em um cenário onde empresas e consumidores terão que reduzir suas despesas, os gastos com telecomunicações será, certamente, reavaliado.

    Uma oportunidade nas empresas é eliminar os custos de manutenção de PABX usando sistemas de comutação de voz na nuvem de computadores (Cloud Computing), como o Lync da Microsoft. No lado do consumidor, intensificar o uso de voz através de serviços gratuitos usando redes Wi-Fi, hoje espalhadas em shoppings e cafés.

    Apesar dessas tecnologias já estarem disponíveis, faltam empresas para implantar os serviços nas empresas e produtos para Call Centers receberem chamadas dos consumidores através de serviços de voz gratuitos, como o Skype.

    Nos cenários de crises é onde temos as maiores oportunidades para inovar e desenvolver nosso perfil de empreendedor.

  • Por favor, me arrume um problema

    As inovações acontecem a partir da necessidade de solução de problemas ou de desafios impostos por alguém. O empreendedor estabelece seus próprios desafios e busca, incansavelmente, problemas para resolvê-los.

    A diferença entre um solucionador de problemas e um agente de inovação é a criatividade na a solução do problema. Infelizmente, na maioria dos casos, usam-se soluções conhecidas para problemas recorrentes.

    Perde-se com isso a oportunidade da melhoria contínua, redução de custos e aumento de produtividade. Deixamos de encantar os clientes com novas propostas para melhorar o seu dia a dia.

    As pessoas se justificam dizendo que não tem tempo para buscar novas soluções pelo excesso de trabalho ou pelo medo de errar.

    Para sair desse paradigma é necessário mudar a cultura organizacional. Empresas inovadoras estimulam seus funcionários a buscar novas soluções para problemas conhecidos e entendem que os erros fazem parte do processo de inovação.

    Essa transformação cultural deve começar pela alta direção da empresa adotando novos critérios de gestão e estabelecendo metas de produtividade, de satisfação dos clientes e retornos financeiros muito acima da média do setor. Em empresas inovadoras, estar um pouco acima da média deve gerar desconforto nas pessoas.

    Um ponto fundamental nesse processo de transformação é treinar os funcionários com ferramentas de melhoria contínua e inovação.

    O processo de melhoria contínua têm, basicamente, quatro etapas: planejar, executar, verificar e ajustar. O processo conhecido como PDCA (Plan-Do-Check-Act).

    Para buscar a inovação é necessário na fase de planejamento estimular a criatividade. A intuição, apesar de ser um forte atributo da inovação, pode atrapalhar na identificação da causa raiz do problema. O uso da estatística ajuda muito no processo de análise. Nessa fase, force a inovação.

    Comece a resolver pequenos problemas para aprender o processo e motivar as pessoas com os resultados positivos. Depois parta para os problemas maiores.

    Faça as pessoas entenderem que a inovação é parte do trabalho de cada um.

  • Inteligência de mercado com Big Data e Cloud Computing

    O sonho dourado dos empreendedores e executivos de empresas é criar produtos e serviços para mercados de baixa concorrência e com grande margem de lucro. Muitas vezes esse produto é um “Ovo de Colombo”. Aquele onde as pessoas dizem: “Como não pensei nisso antes?”.

    Um novo produto é resultado da interpretação de dados disponíveis. Como a interpretação é feita por pessoas, para um mesmo conjunto de dados, provavelmente, teremos resultados diferentes.

    Hoje o grande desafio é manipular a montanha de dados gerados na internet. Segundo Eric Schmidt, CEO da Google, o homem moderno cria a cada dois dias mais informações que os nossos ancestrais. O Facebook processa mais de 500 terabytes de dados diariamente. O Google processa mais de 2 milhões de pesquisas por minuto. E a Cisco prevê a produção de 8 zetabytes de dados por ano até 2015 (o equivalente a 2 trilhões de DVDs).

    Nas redes sociais o conteúdo é criado pelas próprias pessoas, registrando seu comportamento, intenções e relacionamentos. Para extrair o ouro dessa montanha de dados teremos que ter a capacidade para coletar, interpretar, processar e extrair valor das informações. Essa será uma das importantes especialidades das próximas décadas.

    Um novo ambiente requer novas ferramentas e tecnologias. As tradicionais ferramentas de TI, construídas para baixos volumes de dados, não são apropriadas para manipular os grandes volumes de dados produzidos na Internet.

    Nesse novo cenário, o pessoal de marketing deve procurar novas tecnologias e adotar novos conceitos gráficos de apresentação dos dados para estimular o cérebro a identificar informações correlacionadas para criar insights para novos negócios.

    Uma das soluções é utilizar ambientes de Cloud Computing especializados para inteligência de mercado com capacidade para manipular grandes volumes de dados : o chamado Big Data. Isso permitirá as organizações cortarem custos, acelerar o tempo de implantação e ter mais agilidade na integração de novos conjuntos de dados quando necessário.

    O desafio do modelo de negócio dessas empresas especializadas em Big Data será atender o pequeno empreendedor até uma grande empresa com preços diferenciados e acessíveis.

  • Como vender seu peixe para investidores

    Recentemente, encontrei dois ex-alunos de mais de 10 anos de cursos diferentes. Com algum esforço lembrei-me dos dois. Ambos não lembravam o meu nome e talvez do conteúdo das minhas aulas, porém recordavam de algumas histórias que contei em aula.

    Esses episódios mostram a força de uma narrativa. Embora já conhecido há milênios, só agora tem sido usado como ferramenta de comunicação nas empresas. Uma boa história cativa muito mais a audiência do que uma apresentação com slides bem ilustrados. Essa é uma ótima lição para empreendedores venderem suas ideias para investidores.

    Para construir uma narrativa, comece apresentando o contexto. Deixe bem claro qual é o problema. Acrescente na explicação dados, personagens e as dificuldades que passam. Procure envolver a audiência no ambiente criado. Usar metáforas e analogias ajudam as pessoas a relacionar os fatos narrados com situações do seu cotidiano.

    Acreditem. As decisões de altos executivos não são baseadas apenas em dados e processos racionais. A componente emoção é muito importante nas tomadas de decisões. Afinal, somos seres humanos. Então, sua narrativa deve emocionar a audiência. Se você que não está preparado para isso, inclua um trecho de um filme para ajudar a sensibilizar a audiência.

    Procure não inventar a história. Use um caso real para inspirar confiança. Isso torna mais atraente a apresentação, pois algumas pessoas da audiência podem ter vivido situações semelhantes ou já ouvido outras situações parecidas.

    Como toda boa história deve ter suspense e uma surpresa. O desejo de saber o resultado mantém o cérebro atento e receptivo para captar as ideias.

    O estilo narrativo deve estar ajustado à audiência. Não use uma linguagem muito descolada e coloquial para uma audiência de executivos formais e sisudos, a não ser que você esteja retratando situações dos filhos deles.

    Dependendo do negócio que você precisa apresentar considere a contratação de um roteirista de filmes para ajudar e treine muitas vezes.

    Tente contar uma história na sua próxima apresentação, mas não exagere no tempo.